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12.2.11




"(...), sentirias que estavas sempre à beira da morte devido à segurança da tua vida, à sua sensatez obstinada, a esse amor protestante pela banalidade; à eterna certeza dos fiéis de que a ostentação e o macabro não são apenas ameaçadores, mas - o que é pior - desinteressantes."

Michael Cunningham, Ao Cair da Noite


20.8.10

pronto,

parti-me a rir.

10.6.10

Lady Lazarus




I have done it again.
One year in every ten
I manage it-----

A sort of walking miracle, my skin
Bright as a Nazi lampshade,
My right foot

A paperweight,
My featureless, fine
Jew linen.

Peel off the napkin
O my enemy.
Do I terrify?-------

The nose, the eye pits, the full set of teeth?
The sour breath
Will vanish in a day.

Soon, soon the flesh
The grave cave ate will be
At home on me

And I a smiling woman.
I am only thirty.
And like the cat I have nine times to die.

This is Number Three.
What a trash
To annihilate each decade.

What a million filaments.
The Peanut-crunching crowd
Shoves in to see

Them unwrap me hand in foot ------
The big strip tease.
Gentleman , ladies

These are my hands
My knees.
I may be skin and bone,

Nevertheless, I am the same, identical woman.
The first time it happened I was ten.
It was an accident.

The second time I meant
To last it out and not come back at all.
I rocked shut

As a seashell.
They had to call and call
And pick the worms off me like sticky pearls.

Dying
Is an art, like everything else.
I do it exceptionally well.

I do it so it feels like hell.
I do it so it feels real.

I guess you could say I've a call.

It's easy enough to do it in a cell.
It's easy enough to do it and stay put.
It's the theatrical

Comeback in broad day
To the same place, the same face, the same brute
Amused shout:

'A miracle!'
That knocks me out.
There is a charge

For the eyeing my scars, there is a charge
For the hearing of my heart---
It really goes.

And there is a charge, a very large charge
For a word or a touch
Or a bit of blood

Or a piece of my hair on my clothes.
So, so, Herr Doktor.
So, Herr Enemy.

I am your opus,
I am your valuable,
The pure gold baby

That melts to a shriek.
I turn and burn.
Do not think I underestimate your great concern.

Ash, ash---
You poke and stir.
Flesh, bone, there is nothing there----

A cake of soap,
A wedding ring,
A gold filling.

Herr God, Herr Lucifer
Beware
Beware.

Out of the ash
I rise with my red hair
And I eat men like air.
Sylvia Plath

The Applicant



First, are you our sort of a person?
Do you wear
A glass eye, false teeth or a crutch,
A brace or a hook,
Rubber breasts or a rubber crotch,


Stitches to show something's missing? No, no? Then
How can we give you a thing?
Stop crying.
Open your hand.
Empty? Empty. Here is a hand

To fill it and willing
To bring teacups and roll away headaches
And do whatever you tell it.
Will you marry it?
It is guaranteed

To thumb shut your eyes at the end
And dissolve of sorrow.
We make new stock from the salt.
I notice you are stark naked.
How about this suit -

Black and stiff, but not a bad fit.
Will you marry it?
It is waterproof, shatterproof, proof
Against fire and bombs through the roof.
Believe me, they'll bury you in it.

Now your head, excuse me, is empty.
I have the ticket for that.
Come here, sweetie, out of the closet.
Well, what do you think of that?
Naked as paper to start

But in twenty-five years she'll be silver,
In fifty, gold.
A living doll, everywhere you look.
It can sew, it can cook,
It can talk, talk, talk.

It works, there is nothing wrong with it.
You have a hole, it's a poultice.
You have an eye, it's an image.
My boy, it's your last resort.
Will you marry it, marry it, marry it.






Sylvia Plath

26.3.10




gostaria de descrever a emoção mais simples
alegria ou tristeza
mas não como os outros fazem
procurando chegar a dardos de chuva ou sol

gostaria de descrever a luz
que está a nascer em mim
mas sei que não se parece
com nenhuma estrela
porque não é tão brilhante
nem tão pura
e é inconstante

gostaria de descrever a coragem
sem arrastar atrás de mim um leão poeirento
e também a ansiedade
sem agitar um copo cheio de água

dizendo de outra maneira
daria todas as metáforas
em troca de uma palavra
arrancada do meu peito como uma costela
por uma palavra
contida dentro dos limites
da minha pele

mas aparentemente isso não é possível

e só para dizer — eu amo
corro em círculos como um louco
apanhando mãos cheias de pássaros
e a minha ternura
que afinal de contas não é feita de água
pergunta à água por um rosto

e a ira
diferente do fogo
pede-lhe emprestada
uma língua loquaz

tudo tão emaranhado
tudo tão emaranhado
em mim
que o senhor de cabelo branco
desfez o emaranhado de uma vez por todas
e disse este é o sujeito
e este é o complemento

adormecemos
com uma mão debaixo da cabeça
e com a outra
num aterro de planetas

os nossos pés abandonam-nos
e tocam a terra
com as suas raízes minúsculas
que de manhã
arrancamos dolorosamente


Zbigniew Herbert

11.2.10

Caroço




O caroço deste fruto parece ser apenas
um invólucro frio, incomestível,
sem serventia alguma. Mas esconde
no fundo do seu poço uma vida
destinada a eclodir, mal sinta propício
o agasalho da terra.

Que o mesmo é dizer: está lá dentro
uma morte emboscada.



A.M. Pires Cabral
in As Têmporas da Cinza, Cotovia

8.2.10

Horas vagas




A meio deste romance
em que nenhum é chefe
dos afectos, não houve traição
a que soubesse o desejo fugir.
A mentira – passam-se meses
nesse abismo – há-de acabar
por entreter as personagens,
moldar a penumbra
de que se injecta a desilusão.

Voltas para mim,
de casaco debotado, sapatos
cor d'enfim, com mais embustes,
lixo erótico, «sempre tive saudades tuas.»
Já não.

A solidão é um modo
de manter limpo o coração.


Fernando Luís Sampaio
in Escadas de incêndio, Quetzal

Benilde ao balcão 4




Não vos contei decerto
que a Senhora Dona Benilde
gosta " de carinho e de falas mansas"
como todos nós, alguns,
e eu à quarta cerveja
recordo-me que te não tive,
acontece, quando a noite cai
e não temos ombros que cheguem

e esbanjamos em cerveja e mijo
o que outros chamaram amor.



Manuel de Freitas
in Game Over, & etc.

28.1.10

You and Cinnamon




You and cinnamon

A clear deep blue sky.
the sun (oh the sun) on a very cold day.
B&W photographs (specially portraits).
Gray areas.
Talking with friends on a street with a bright big moon over us.
Try to see both sides of everything.
Music (from a simple instrumental melody to epic orchestral tales; sad lyrics to screaming the same silly sentence over and over).
The electric charge I feel whenever I'm close to you.
Walking, just walking around.
Discussing something passionately.
Stare contests (which I allways lose).
Honesty.
An embrace (specially yours) driven by emotion.
The joy and fear I feel when I realize I'm witnessing a unique moment in time.
Carol
fotografia por SarahDeShields

24.1.10




Life isn’t divided into genres. It’s a horrifying, romantic, tragic, comical, science-fiction cowboy detective novel. You know, with a bit of pornography if you’re lucky.

Alan Moore

15.1.10



como um espaço desabitado
o corpo faz-se no inventário de silêncios

se eu conto árvores e o frio
para me ocuparem a voz
há muito tempo que as palavras
são a incómoda sensação de vazio




maria sousa

10.1.10

Casa da Misericórdia




"(...)

É como a poesia: um bom poema,
por mais belo que seja, tem de ser cruel.
Não há mais nada. A poesia é agora
a última casa da misericórdia. "



Joan Margarit

23.12.09




"A coisa mais difícil e mais bonita de partilhar entre duas pessoas é o silêncio"


Miguel Sousa Tavares

"I'm Going To Stop Pretending That I Didn't Break Your Heart"

Descobri esta música há algum tempo. Naquela altura, naquele momento, esta voz, as palavras, eram o que eu precisava de ouvir. O que precisava que me dissesses.
Passaram anos, 3 ou 4 como na música. O tempo passou. Estamos diferentes, tu e eu. Talvez não assim tanto. Os teus olhos ainda me olham, doces, curiosos, perdidos. O meu coração ainda acelera sempre que te vejo sorrir. Mas mudámos, tu e eu.
Hoje, não sei bem porquê, lembrei-me de ti e esta música fez sentido outra vez...









"I'm gonna tell you what you need to hear
And i'm a little too late
By three or four years
And it may not make much sense
Now that we are apart
But i'm going to stop pretending
That i didn't break your heart

You see i never thought enough of myself
To realize that losing me could mean
Something like the tears in your eyes
And i want to tell you i'm sorry
And it's too late to start
But i'm going to stop pretending
That i didn't break your heart

And it's christmas eve
Years down the line
Sitting here wishing i'd treated you better
When you were mine
And i have no way of knowing where you are
But i'm going to stop pretending
That i didn't break your heart

I didn't mean to hurt you
I didn't know what i was doing
But i know what i have done"


Eels

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