28.1.10

You and Cinnamon




You and cinnamon

A clear deep blue sky.
the sun (oh the sun) on a very cold day.
B&W photographs (specially portraits).
Gray areas.
Talking with friends on a street with a bright big moon over us.
Try to see both sides of everything.
Music (from a simple instrumental melody to epic orchestral tales; sad lyrics to screaming the same silly sentence over and over).
The electric charge I feel whenever I'm close to you.
Walking, just walking around.
Discussing something passionately.
Stare contests (which I allways lose).
Honesty.
An embrace (specially yours) driven by emotion.
The joy and fear I feel when I realize I'm witnessing a unique moment in time.
Carol
fotografia por SarahDeShields

Oh as casas as casas as casas




Oh as casas as casas as casas
as casas nascem vivem e morrem
Enquanto vivas distinguem-se umas das outras
distinguem-se designadamente pelo cheiro
variam até de sala pra sala
As casas que eu fazia em pequeno
onde estarei eu hoje em pequeno?
Onde estarei aliás eu dos versos daqui a pouco?
Terei eu casa onde reter tudo isto
ou serei sempre somente esta instabilidade?
As casas essas parecem estáveis
mas são tão frágeis as pobres casas
Oh as casas as casas as casas
mudas testemunhas da vida
elas morrem não só ao ser demolidas
Elas morrem com a morte das pessoas
As casas de fora olham-nos pelas janelas
Não sabem nada de casas os construtores
os senhorios os procuradores
Os ricos vivem nos seus palácios
mas a casa dos pobres é todo o mundo
os pobres sim têm o conhecimento das casas
os pobres esses conhecem tudo
Eu amei as casas os recantos das casas
Visitei casas apalpei casas
Só as casas explicam que exista
uma palavra como intimidade
Sem casas não haveria ruas
as ruas onde passamos pelos outros
mas passamos principalmente por nós
Na casa nasci e hei-de morrer
na casa sofri convivi amei
na casa atravessei as estações
Respirei – ó vida simples problema de respiração
Oh as casas as casas as casas



Ruy Belo
Todos os Poemas
Lisboa, Assírio & Alvim, 2000

24.1.10




Life isn’t divided into genres. It’s a horrifying, romantic, tragic, comical, science-fiction cowboy detective novel. You know, with a bit of pornography if you’re lucky.

Alan Moore

15.1.10



como um espaço desabitado
o corpo faz-se no inventário de silêncios

se eu conto árvores e o frio
para me ocuparem a voz
há muito tempo que as palavras
são a incómoda sensação de vazio




maria sousa

12.1.10

8



Porque há dias perfeitos, por não o serem totalmente. Porque há dias em que te sentes feliz simplesmente porque sim.


Sorri.

10.1.10

Casa da Misericórdia




"(...)

É como a poesia: um bom poema,
por mais belo que seja, tem de ser cruel.
Não há mais nada. A poesia é agora
a última casa da misericórdia. "



Joan Margarit

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